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DEPARTAMENTO DE NEURO-FUNCIONAL

Departamento Neuro-funcional

 

Gustavo Sousa Noleto (Coord)

Luis Claudio Galvão

Leonardo de Moura Sousa Júnior

Francisco José Alencar

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Coordenador:

Dr. Gustavo Sousa Noleto

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Vice Coordenador:

Leonardo de Moura Sousa Júnior

NEUROCIRURGIA FUNCIONAL ou cirurgia neurológica funcional é uma subespecialidade dentro da especialidade neurocirurgia. Sua origem e evolução se interseccionam com uma das técnicas cirúrgicas mais utilizadas nesta subárea, a cirurgia estereotática.

 

A neurocirurgia estereotática surgiu  em 1908 com os modelos experimentais do Sir Victor Horsley (neurocirurgião e neurofisiologista) e Robert Clarke (matemático e cirurgião); eles especificaram um sistema  Cartesiano de coordenadas que se tornou o marco dos sistemas estereotáticos.

A cirurgia estereotática em humanos teve como expoentes Ernest A. Spiegel (neurologista e neurofisiologista) e Henry T. Wycis (neurocirurgião) na Temple Medical School , Filadélfia em meados de 1947.

 

A neurocirurgia funcional, junto com a estereotaxia, é um ramo da neurocirurgia que utiliza neuroimagem estrutural e funcional e técnica minimamente invasiva de localização de alvos no cérebro usando um sistema de coordenadas tridimensional. Desta forma, permite a realização de biópsias, implantes, neuroablações e neuromodulação invasiva usando instrumentos e tecnologias específicos.

Esta subespecialidade está voltada para a realização de procedimentos neurológicos  objetivando a melhoria funcional, seja pela atenuação do sofrimento ou pela recuperação de determinadas habilidades, levando a  uma maior independência e qualidade de vida. Tais intervenções são dirigidas aos impactos  funcionais de diversas doenças neurológicas e neuropsiquiátricas a despeito da provável evolução natural destas. 

 

Há quatro campos nos quais a neurocirurgia funcional estereotática encontrou aplicação e todos os quatro foram estabelecidos durante a primeira década após a introdução da cirurgia estereotática: distúrbios do movimento, dor, epilepsia e anormalidades psiquiátricas.

 

Historicamente a cirurgia estereotática foi desenvolvida para oferecer uma forma mais refinada de realizar a psicocirurgia, sem as grandes imprecisões e complicações da lobotomia pré-frontal. No entanto os primeiros pacientes tratados foram casos de distúrbios do movimento, sendo este o campo mais citado  no desenvolvimento de técnicas estereotáticas.

 

O tratamento da dor foi abordado muito cedo na história desta nova técnica, encontrando um campo amplo e fértil de aplicações já que cerca de 80% dos motivos que levam os pacientes a procurar um médico estão relacionados a algum tipo de dor. Boa parte das queixas são de dores crônicas, ou seja, aquelas que se repetem com frequência ou que simplesmente não cessam.

 

Embora tenha havido tentativas precoces de tratar a epilepsia com cirurgia estereotática, estas se tornaram mais importantes mais tarde, após a introdução de exames de imagem e monitoramento invasivo.

 

 

A neurocirurgia funcional tenta reduzir as consequências de distúrbios do movimento ( como a Doença de Parkinson), da sensibilidade (especialmente dor crônica), da organização do ritmo elétrico neuronal (epilepsia) e distúrbios psiquiátricos por meio de técnicas especiais, usualmente diferentes das empregadas em neurocirurgia comum.

Consegue-se com estatísticas extremamente favoráveis melhorar  os sintomas, o sofrimento, a funcionalidade e a independência dos pacientes.

 

Alguns exemplos de condições  abordadas em Neurocirurgia Funcional.

 

 

Distúrbios / Transtornos dos movimentos:

  • Tremor persistente e significativo (tremor essencial grave, tremor grave por Doença de Parkinson…),

  • Doença de Parkinson idiopática em estágio moderado ou avançado,

  • Distonias primárias,

  • Espasticidade (rigidez muscular típica de lesão da via motora em casos de lesão medular ou encefálica, como a paralisia cerebral)

  • Mioclonias de difícil controle.

  • Tics incontroláveis

Epilepsia de difícil controle

  • Epilepsia decorrente de doença do lobo temporal (atrofia temporal, esclerose mesial temporal,…),

  • Epilepsia decorrente de foco extra-temporal (como lobo frontal), cuja investigação seja consistente,

  • Epilepsia por malformações do córtex cerebral e/ou substância branca (disgenesias, displasias corticais, heterotopias),

  • Epilepsias secundárias a tumores cerebrais ou lesões cerebrais estruturais focais (como angiomas cavernosos, cistos, abscessos cerebrais, neurotrauma, áreas de encefalomalácia secundária a  lesões cerebrais prévias),

  • Epilepsias refratarias, de inicio multifocal ou generalizado,

  • Outras síndromes epiléticas de difícil controle (hemimegaencefalia, esclerose tuberosa, angiomatose, Landau Klefner,…).

Transtornos psiquiátricos graves, não tratáveis clinicamente (ou por medidas complementares): desde que levem a grande repercussão na qualidade de vida ou impliquem em riscos à saúde do individuo.

  • Transtorno obsessivo compulsivo grave (TOC), resistente ao tratamento,

  • Depressão persistente, severa e refratária ao tratamento,

  • Agressividade mórbida refrataria ao tratamento, especialmente em portadores de retardo mental,

  • Outras raras situações especiais (como Síndrome de Tourette,…).

Tumores intracranianos especiais ou complexos

  • Tumores cerebrais primários e metástases localizadas em áreas eloquentes, como áreas da fala, da movimentação dos membros, da memória, da visão, etc…

  • Tumores da região cerebral denominada insula

  • Tumores profundos, especialmente se localizados no tálamo ou nos gânglios da base.

  • Tumores próximos ou no tronco cerebral.

Lesões cerebrais de natureza indeterminada, que necessitam de biópsia.

  • Biopsia estereotatica para fins diagnósticos,

  • Biopsia estereotatica para drenagem de cistos ou coleções intracranianas

  • Implante estereotatico de cateteres, eletrodos.

 

 

Dor crônica (dor de difícil tratamento)

Dor neuropática (por lesão do sistema nervoso central – cérebro ou medula, ou lesão do sistema nervoso periférico – nervos),

  • Dor por avulsão traumática de raízes nervosas, dor fantasma ou dor por amputação,

  • Neuralgia do trigêmeo e Neuralgia pós-herpética,

  • Outras Neuralgias (glossofaríngea, occipital, femurocutâneo, cocigodínea…),

  • Síndrome Dolorosa Complexa Regional,

  • Dor lombar crônica, persistente e de difícil tratamento,

  • Dor secundária a múltiplas cirurgias da coluna vertebral,

  • Dor do Câncer, quando de difícil tratamento,

  • Dor músculo esquelética de difícil tratamento

  • Dor miofascial,

  • Algumas das cefaleias de difícil controle, especialmente a cefaléia em salvas

  • Algumas dores abdominais e pélvicas crônicas (denominadas viscerais refratárias)

  • Outras dores crônicas especialmente se acometendo preferencialmente um segmento

 

 

 

Alguns procedimentos realizados em Neurocirurgia Funcional

 

 

Biopsia estereotatica

Procedimento minimamente invasivo, realizado geralmente sob anestesia local, para o diagnóstico de diferentes lesões cerebrais.

 

Implante de bombas para infusão de medicamentos
Procedimento por meio do qual é implantada uma bomba de infusão de medicamentos programada, para o tratamento da dor crônica e espasticidade acentuada.

 

Implante de eletrodos para estimulação elétrica cerebral e medular
Tratamento com estimulação cerebral sem lesão adicional, para pacientes com doença de Parkinson, distonias e tremores refratários. Estimulação epidural medular para alguma síndromes dolorosas neuropáticas.

Procedimentos neurocirúrgicos funcionais ablativos
Neurotomias, neurólises, rizotomias, descompressões neurovasculares, cordotomias, mielotomias, mesencefalotomias, talamotomias e cirurgias psiquiátricas, para pacientes portadores de várias doenças neurológicas e sistêmicas


 

Aplicacao de toxina botulínica - utilizada no tratamento de cefaleias, espasmos hemifaciais, distonias localizadas, espasticidade

 

 

O departamento de neurocirurgia funcional e estereotática da Sociedade Piauiense de Neurocirurgia tem por objetivo ser uma unidade de discussões, assistência, ensino, extensão e  pesquisa voltada para a realidade brasileira, considerando as especificidades do nosso estado. Nossa missão é fomentar os debates construtivos, a produção intelectual e assistencial desta subespecialidade dentro  da neurocirurgia piauiense nos âmbitos da saúde publica e suplementar.

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